domingo, 2 de agosto de 2009

Daniel - 1) breve introdução...

O nome Daniel ficou martelando na minha cabeça há uma semana e meia. Decidi me render e ir ler, né? Cheguei a algumas (muitas) conclusões... Por isso - e porque estou com sono - vou dividir este raciocínio em algumas partes, não sei quantas ainda.


Recapitulemos: Nabucodonosor, rei da Babilônia, mandou que trouxessem parte do povo de Judá depois de ter conquistado Jerusalém. Ele pediu a parte boa: família real e nobreza. Queria pessoas "direitinhas" para servirem no palácio, ensinando a cultura babilônica para eles mesmos! (???). Entre eles, Daniel e os amigos, Hananias, Misael e Azarias: jovens bonitos, inteligentes, ricos em cultura geral. Em 2009, eles provavelmente seriam alunos da UFRJ e morariam na Zona Sul ou na Barra. Usariam tênis da Reef, blusas T-Shirt com estampas maneiras e bermudas da Osklen nos finais de semana. Teriam um Fiat Punto ou um Peugeot 206. Seriam trainees de multinacionais. Sim, eles teriam TVs de LCD 42" (no quarto) e Iphone 32 Gb. Correriam ou surfariam de manhã bem cedo antes de irem trabalhar. Talvez estivessem planejando o próprio negócio.. Estou ilustrando para que você perceba de que realidade esses meninos vieram. Isso era na casa deles... Agora eles foram pra terra das pessoas que mataram seus amigos, conhecidos, e confiscaram seus patrimônios, suas casas, suas heranças, o que construíram.. Os projetos todos por água abaixo.

Eles foram para outro lugar, de outros costumes e de outros deuses... Não se sentiam bem com aquilo. O ambiente era pesado, opressor! Não gostavam daquelas pessoas, daquele jeito.. Não tinham a mínima obrigação de aceitarem aquela vida, não fosse o fato de que, da noite pro dia viraram, compulsoriamente, funcionários públicos, servidores "federais"... Você realmente acha que eles queriam isso??

Enfim... Os garotos tiveram que se esforçar, porque agora lutariam para o bem de um povo que os massacrou. Ensinar outra nação não parecia uma idéia aprazível. Estavam inseridos numa sociedade que não tinha nada a ver com a deles e que não adorava o mesmo Deus que eles. Integridade e lealdade não pareciam ser valores que este povo abraçava... Parecia ser um povo perguiçoso e promíscuo, que gostava de corromper as regras e deixava tudo pra depois (isso te lembra algo?)... Pense comigo: pra quê colocar um outro povo para ensinar o meu??? Para ensinarem a MINHA língua, a MINHA literatura, para mim... ??? Daniel precisou trabalhar diariamente num contexto que não valorizava os seus princípios nem o que ele julgava mais importante. Ele foi transportado de um lugar para outro como peteca. Claro que sabia da iminência do exílio.. Mas sair de fato e ver tudo ficando para trás certamente tem outro gosto quando acontece de verdade. Ficou tudo pra trás. Totalmente nova era sua vida agora. E não era necessariamente a vida com que ele sonhava todas as noites... (embora àquela altura, talvez fosse isto melhor do que morrer de peste, guerra ou fome.)

Imagine 4 rapazes nesta 'furada'. Seguros em seus caminhos, crescendo com Deus e amadurecendo suas convicções pessoais... E, de repente, recebendo uma enxurrada de cultura "pagã", tendo de ensiná-la e divulgá-la. Posso te afirmar por experiência própria que ter de ler muito o que vai contra o que você acredita acaba com a sua cabeça com o passar do tempo. Ensinar aquilo em que você não acredita é desgastante demais. Começa-se a ter raiva do que se está fazendo.

Quero que você construa este cenário na sua mente para pensarmos com facilidade sobre as conclusões a que chegaremos nos próximos posts. Esta era a nova realidade de Daniel e seus amigos, bem difícil de engolir. Percebe alguma semelhança com a sua?

"Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, pois eles não são do mundo, como eu também não sou. Não peço que os tire do mundo, mas que os protejas do maligno. Eles não são do mundo, como eu também não sou. Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade. ASSIM COMO ME ENVIASTE AO MUNDO, EU OS ENVIEI AO MUNDO."
João 17: 14 - 18 (oração de Jesus no Getsêmani, antes de começar o processo da crucificação)

"Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que SE ofereçam em SACRIFÍCIO VIVO, SANTO e AGRADÁVEL a Deus; este é o culto racional de vocês. Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus."
Romanos 12:1-2 (carta de Paulo à Igreja que estava em Roma)

Um comentário: