domingo, 7 de junho de 2009

FORÇA ! Pra que mesmo???

Tive este insight assistindo a um programa
de TV apresentado por alguém cujo nome, óbvio, não vou falar... Não vamos nos ater a quem, e sim no que deve ser revisto.


Ando reparando com atenção nas menções que tenho ouvido das cartas de Paulo, dessa vez na carta de Filipenses, onde ele encoraja seus irmãos. Inclusive, recomendo que você faça uma breve leitura nos 3 capítulos, para entender minhas colocações a fundo. Leia pelo menos os subtítulos... ¬¬

Ultimamente, em meio aos meus questionamentos sobre o que é ser Igreja e como devo me mover no mundo, me incomoda demais ouvir pregações que motivam os “crentes” a terem fé e “persistirem nos seus sonhos” porque “posso todas as coisas naquele que me fortalece”. Consigo perceber aí um desvirtuamento da mensagem de Paulo à Igreja.

Não digo isto apenas para criticar alguma coisa, mas com a intenção de buscar o que realmente deva ser a chave do avanço da Igreja. Enquanto pensarmos em nós mesmos, que podemos tudo Naquele que nos fortalece apenas em nossos problemas e projetos, estaremos vivendo uma porção irrisória desta verdade, que não é a razão original da mensagem. De fato, a porção mais insignificante. Estamos deixando tudo o que é de mais importante escorrer pelos nossos dedos. Queremos ser glorificados com Cristo, mas por enquanto não fomos crucificados com Ele. Então, nada feito.

Cada vez mais, vejo que este encorajamento pode ser direcionado somente àqueles que têm suas motivações voltadas para o Reino. Porque era só isso que o apóstolo fazia. Tudo o que ele pensava, sua agenda, as pessoas com quem se encontrava, seus relacionamentos, suas decisões... Sua vida estava toda investida na expansão do conhecimento de Cristo pela Terra, afinal, foi para isso que o Filho o chamou naquele dia de luz forte e cegueira repentina. Nada mais justo do que ele ser glorificado junto com esse mesmo Cristo, já que as aflições estavam sempre tão próximas e ele se dispôs a ir até o final por isso.

“Mas Paulo encoraja uma Igreja que não vivia necessariamente o que ele viveu. Eles também tinham seus problemas do dia-a-dia, como qualquer pessoa”, você pode me questionar assim. Entretanto, vale uma observação... Antes do capítulo 3 existem os capítulos 1 e 2, e eles não falam propriamente de vitória. Paulo toca em assuntos como humildade cristã, a subserviência de Jesus, os sofrimentos para a expansão do Evangelho... QUE FAZEM PARTE DA VIDA DA IGREJA. Se isso não existe pra você, então, me desculpe, você não é a Igreja. E por causa dessas questões é que Paulo era acrescentado de força e esperança, recebendo todo o tipo de consolação para consolar aos outros. Porque ele estava envolvido com uma causa, maior do que ele mesmo e as coisas dele.

Posso encontrar num auditório que ouve este tipo de pregação, em qualquer lugar, uma grande parte de pessoas que têm suas vidas baseadas em buscar forças para sobreviver um dia após o outro, porque são sufocados pela rotina ou problemas deste tempo... Diga-se de passagem, as Escrituras já nos alertavam que não deveríamos nos envolver com as coisas deste mundo. Nos envolvemos tanto que ficamos doentes e vamos para templos resolver ESTES problemas... Querer remédio para sarar uma ferida que não poderia existir deveria ser, no mínimo, constrangedor para nós, não acha? Isto é, com todas as letras, dar motivo para sermos chamados de tolos, incoerentes, indefinidos.

Deste mal Paulo não sofria. Para ele, importava gastar sua vida, fosse fazendo tendas, fosse curando ou pregando, contanto que sua carreira fosse completa, algo que ele não pareceu haver conquistado, segundo sua própria avaliação. E ia com perseverança e certeza.

Queremos promessas atrás de promessas. Buscamos por elas, choramos por elas. Roemos as unhas por elas. “Quando virá? Quando virá?” Buscamos um remediozinho para anestesiar nossa ansiedade, uma morfina religiosa para nos acalmar em meio às vontades de ter uma vida melhor na Terra. Tudo que queremos está aqui e não construímos nada para o que está além desta forma de viver que, aviso, vai passar mais rápido do que se imagina.

Acredito que estamos chegando no tempo de separação. Aí haverá uma distinção entre os que proclamam a Verdade vivendo-a diariamente e os que apenas mencionam a Verdade, como que num devaneio, mas não têm nenhum relacionamento com ela. Filósofos sem causa, como que apenas para ganhar um pão discursando e lutando sobre um ideal de vida que nunca vão conhecer porque estão fundamentados em motivações erradas. Este é o perigo de querer ser glorificado sem tomar sua cruz: nunca conseguir nada de jeito nenhum. Não poderá nada, porque não é isso que Deus fortalece.

“Se esperamos em Cristo só nessa vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.“
(I Coríntios 15:19)

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