sábado, 3 de abril de 2010

Sexta, Sábado, Domingo.


Estava vendo "A Paixão de Cristo" do Mel Gibson na Record (é claro!) e pensei algumas coisas sobre aquele momento que Jesus viveu... Mas eu queria me restringir em apenas uma. Fiquei pensando em como as pessoas viam a Jesus. Ele curou, ressuscitou, liberou pessoas... Com os sinais e milagres, as pessoas geraram expectativas sobre Ele. Deu-se a entender que seria Ele o rei do jeito que eles queriam. Deu-se a entender que muitas coisas ruins iriam acabar. Deu-se a entender que Israel seria um povo "diferente". Mas na verdade todo mundo é que entendeu errado.

Eu fico pensando como seria pra mim viver naquele tempo, sendo uma discípula, acreditando no Filho de Deus que agia respaldado das Escrituras, totalmente de acordo com o que dizia a história do meu povo.. Um homem que não deixou de ser judeu - antes cumpriu a Lei e os profetas - mas falava de um novo tempo, um novo governo, e mostrava que era possível para qualquer pessoa - até a mais inescrupulosa - viver com Deus. Como seria esperar que Ele viesse instituir algo novo e concreto, diante dos olhos do império romano e daquele sujo do Herodes, maldito? E como seria, depois de vivermos tanta coisa junto, vê-lo morrendo de forma absolutamente humilhante e animalesca? Quase um holocausto de animal. FOI um holocausto de animal.

Acontece que os três dias definiram uma reviravolta imensa na história toda. Jesus foi um perdedor pra pessoas... Ele não fez o que elas esperavam dEle. Jesus deu esperança pras pessoas e elas tiveram que vê-Lo morrer. Os comentários inevitáveis... "Não foi dessa vez... Nos enganamos a respeito dEle", "Será que as profecias vão se cumprir algum dia?" ou "É, a gente sabia que isso ia acontecer, Ele avisou.. Mas e agora? O que vai ser da gente?"

Nem sempre a solução que Deus vai aplicar para o que precisa acontecer a nós e em nós vai ser a esperada ou a mais "glamurosa". Mas ela será a mais poderosa e eficaz. Ela vai durar e instituir novas sentenças a partir dela. Os discípulos seguiram em frente e nada morreu. O reino não morreu, o Espírito Santo veio de maneira poderosa, eles foram cheios de autoridade... Jesus era mais vivo do que nunca. Ele ressuscitou para isso.

Muito tempo depois, estamos aqui nós, fruto da constância de fé de muitos, constância que os levou à tortura, às perdas, ao choro, à morte, à glória. Estamos vivendo o desafio de viver um Jesus igual ao deles, amigo, próximo, poderoso, REAL.

Acho que eu preferiria viver do lado menos glamuroso da história. Os sacerdotes eram uns sujos. Havemos de convir que poderíamos ver uns iguais hoje, "zelando" pelas tradições. (Marcos 7:8-13) Tudo era uma questão de decisão, de que lado você vai optar.

O que eu acho interessante é que quando vemos tudo se acabar, as forças, a esperança, a alegria, talvez até mesmo a fé se esvaindo.. Ele vem com poder e grande glória. Tudo precisa ir embora, morrer. E Ele vem pra revelar algo mais forte, impactante. Jesus viveu um momento de grandíssimo valor.. E tudo que eu possa dizer aqui será um ensaio muito do miserável para descrever o que foi aquilo, que eu, confesso, nem sei direito. Esse princípio, do ir além, acredito, rege tudo o que Deus faz, porque isso faz parte do Seu jeito. Não podemos nos esquecer disso. Certas coisas precisam morrer para vivermos as que são eternas. Os discípulos precisaram ter a sensação de terem perdido tudo, inclusive o amigo que amaram, para terem a grata surpresa no domingo de que tudo aquilo ainda se tratava de algo muito maior do que já havia sido dito e sentirem dentro deles uma nova vida, uma nova esperança e perspectiva.

Mais uma vez todo olho verá.

Eu te louvo, Pai, pelo Teu amor. Te louvo por ter um plano infalível e tão poderoso. Te louvo porque nada escapa do que o Senhor projetou. Obrigada por superar nossas expectativas. Obrigada por fazer sempre além e nos deixar simplesmente impactados e sem reação quando percebemos o que o Senhor decidiu fazer no lugar da solução que nós tínhamos para essa ou aquela situação. Eu admiro Sua inteligência e Seu domínio. Ninguém consegue alcançá-lo. Quem poderá entendê-lo? Quem poderá acompanhar Seu raciocínio? Quem poderá encontrar Seu coração? Obrigada Jesus, por ser tão lindo. Por se deixar ensinar através das muitas aflições e das noites de vigília. Obrigada por amar as pessoas, por nos amar. Por dividir com a gente seu direito de Filho. Obrigada por tão grande generosidade.. Obrigada pelo seu amor. Obrigada, Espírito, por nos ensinar. Obrigada por nos conectar ao Pai e ao Filho. Obrigada pelo Seu toque, pelo seu trabalho... Obrigada Deus, por nunca nos deixar sozinhos. O Senhor se deixou sozinho para poder nos ter novamente Contigo. Que a nossa companhia honre a Sua presença de uma vez por todas. Te amamos muito.